domingo, 28 de julho de 2013

APESAR DE TODO SOFRIMENTO CADEIRANTE DIZ QUE É FELIZ!

CADEIRANTE, JOSÉ MULATO, DISSE: 'A COISA QUE EU MAIS DESEJO NA VIDA É UM TRANSPORTEZINHO PARA EU PODER VIAJAR'
Depois de quebrar a bacia, o fémur, anos depois a coxa, ele luta, para se aposentar
FOTOS:JACORDEIRO
José Mulato em sua cadeira, antiga, imprópria para locomoção em ruas como a de São Miguel que são de paralelepípedos, causa além do desconforto, dores insuportáveis
     José Mulato, aposentado e cadeirante, solteiro, residente na Rua Mílton França, 567, em São Miguel, Estado do Rio Grande do Norte em entrevista para o TRIBUNIVERSAL, realizada em sua residência, disse, entre outras coisas importantes que o que ele mais precisa no momento é de uma cadeira que lhe ofereça condições de locomoção com melhor comodidade e cita, o amigo, também, cadeirante, Lindonjohnson, que tem um verdadeiro veículo motorizado e vive muito bem, podendo se mover para onde bem entende e cita, também, Vilani Moreira, que também tem uma cadeira elétrica, e percorre as ruas asfásticas da cidade, suavemente, com bastante comodidade ‘é isso que eu quero para mim’, disse ‘a coisa que eu mais desejo na vida é um transportezinho para eu viajar’, completa o raciocínio.
     Nasceu em Jaguaribe, nas vertentes, Estado do Ceará e veio para a Serra do Camará ainda novinho. É filho de Luís Mulato e dona Onorinda. Viveu 24 anos e 6 meses fora, mais especificamente em Brasília, Estado de Goiás, local onde aconteceu o acidente que o vitimou causando a deficiência que lhe perturba diariamente; ‘quebrei a bacia e o fêmur ao escorregar e bater em um meio-fio’. Anos depois, já em São Miguel, consequência destes problemas ‘quebrei a coxa’, falou ele.
     Numa luta incansável, José mulato, que nasceu em 1948, atualmente está com 65 anos de idade, vem lutando para receber os benefícios de aposentadoria, uma luta desigual por causa da falta de assistência, de atos fraternos que possam lhe ajudar a enfrentar filas, repartições públicas, incansáveis buscas por exames, provas burocráticas que lhe ofereça garantias de que realmente é uma pessoa incapaz fisicamente, mas, que diga-se de passagem, será que precisa?
     Apesar de viver de um pequeno benefício, que lhe obriga a estrebuchar para pagar as contar em virtude da necessidade maior que é a compra de medicamentos ‘o salário não dá para a manutenção normal, porque tem essa atenuante’. Com relação aos órgãos públicos que poderia colaborar com a dor, a carência, a necessidade dele, foi enfático e claro: ‘Quando a gente precisa nunca tem a ajuda necessária’, foi simples e educado com receio de ferir A ou B, até nisso existe demonstração de um ressentimento entendido por sua parte o que mostra que quem é omisso no caso não é ele.
     Sabendo que está preso à cadeira de rodas para sempre, José Mulato, na entrevista procura mostrar outro lado menos pessimista de se viver dizendo; ‘A minha maior diversão é conversar com os amigos e jogar um dominózinho, isso é legal!’ Finaliza a entrevista falando de São Miguel e da Rodoviária que foi derrubada pelo ex-prefeito com promessa de palanque em seu último comício que iria construir e até hoje não foi feita, que falta uma pista de aviação para a cidade e, agradece este momento, pela vida, a Deus; agradece, também a uma pessoa especial que no seu momento mais difícil lhe ajudou muito, não quis citar o nome; a Moacir, filho do ex-vereador Zé Limão, a esposa dele, ‘são especiais, me ajudam muito’, dessa forma encerra a entrevista.
FOTO:JACORDEIRO
Lindonjohnson, em sua cadeira-moto, 
citado por José Mulato na entrevista

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